“Tenho uma teoria sobre o instante exato em que os Beatles conquistaram o mundo. Foi naquele ousado salto de oitava quando eles cantavam “I wanna hold your HAAAND”… aquilo era chocante para os mais velhos e deliciosamente rebelde para nossos ouvidos adolescentes”, afirma Marco Antonio Guimarães.
Pela primeira vez, o grupo usa piano para conduzir uma melodia de “Come Together” e a guitarra num solo diferenciado em “Get Back”.
Porto Alegre, 19 de junho de 2013 – Em curtíssima temporada, dias 29 e 30 de junho, Uakti Beatles é um dos espetáculos que integra programação do aniversário de 155 do Theatro São Pedro, encerrando as atrações do mês. Grupo mineiro lança novo cd, após sete anos, com repertório de músicas do quarteto inglês que se tornaram clássicos mundiais. Como todo trabalho do Uakti, Beatles é a tradução de uma visão da música a partir de tubos de PVC, cabaças, apitos e materiais inusitados, tratados com o rigor de um grupo de parceiros e amigos que compartilham um modo de fazer único, original, inimitável.
Sem jamais perder a dicção que deu ao grupo um status mundial de originalidade, o UAKTI fez um apanhado que vai do espírito rock de “Get Back” à dramaticidade e o tom emocionado de “Julia”, passando pelo psicodelismo de “Lucy in the Sky with Diamonds”, a universalidade de “Mother Nature´s Sun” e “Across The Universe” , as cores épicas de “Come Together”, “A Day in the Life” e “With a Little Help from My Friends” e uma cesta básica com algumas das melodias mais marcantes da história da civilização, como “For No One”, “Eleanor Rigby”, “Golden Slumbers”, “She´s Leaving Home” e as duas mais belas contribuições de George Harrison ao portfólio construído por John e Paul, “Something” e “ “Here Comes the Sun”. E ainda sobrou espaço para surpreender, com um lado B revalorizado, “Dig a Pony”, e um tema que ganha nova dimensão, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.
Responsável pelos arranjos e mentor da ideia, o beatlemaníaco Marco Antonio Guimarães cresceu ouvindo os Beatles e já pensava no projeto há alguns anos. No ano passado, começou a trabalhar os arranjos e foi definindo o repertório final após encontrar detalhes e chegar a soluções diferenciadas em cada caso. “Quem conhece o gigantesco repertório deles sabe que nada é ruim. Quem critica a primeira fase se esquece que era o padrão da época, e que eram adolescentes fazendo música para adolescentes. Foi a banda que mais evoluiu musicalmente na história. Os Rolling Stones, por exemplo, são muito bons, mas não mudaram muito. A evolução musical dos Beatles, principalmente depois que eles deixaram de se apresentar ao vivo e passaram a trabalhar mais no estúdio, é inacreditável”, afirma.
Seja na transformação de “A Day in the Life” (“uma das melodias mais interessantes da história da música pop”, segundo Marco) numa balada mais marcante, seja aproximando do minimalismo de Philip Glass, numa brincadeira rítmica, de “Lucy in the Sky with Diamonds” e “Julia”, ou, ainda, reforçando a influência da música indiana em “Here Comes the Sun”, os arranjos cuidadosamente elaborados reinventam cada tema com elementos inesperados e caminham para um encerramento que lembra uma caixinha de música, com “Something”.
Theatro São Pedro apresenta UAKTI
Lançamento do cd UAKTI BEATLES
Dias 29 e 30 de junho de 2013, sábado, às 21h e domingo, às 18h
Classificação indicativa: Livre.
Ingressos: Plateia E Cadeiras Extras: R$ 80,00
Camarotes Centrais: R$ 70,00
Camarotes Laterais: R$ 60,00
Galerias: R$ 40,00
Informações
50% para Sênior com idade igual ou superior a 60 anos
50% para estudantes de segunda a quinta para espetáculos com mais de 3 apresentações
10% para estudantes de sexta a domingo para espetáculos com mais de 3 apresentações
Duração: 90 minutos
Theatro São Pedro – Praça Mal. Deodoro – Centro | POA | (51) 3227-5100
Estacionamento Multipalco | (51) 3227-5300
Horário de funcionamento da bilheteria
Dias úteis de 13 às 18h30 – em que não houver espetáculo
13h ás 21h – Com espetáculo noturno
Sábado – 15h ás 21h.
Domingo – 15 ás 18h.
Venda de ingressos on-line: compreingressos.com
Sobre UAKTI
http://www.youtube.com/grupouakti
O UAKTI desenvolve, desde 1978, um trabalho singular ligado à música instrumental e à pesquisa de novas sonoridades. Para isto, utiliza uma extensa série de instrumentos artesanais. Essa pesquisa musical inclui desde a concepção do novo instrumento, sua construção, o desenvolvimento de técnicas para a execução, sua aplicabilidade dentro do universo da composição e o trabalho em conjunto visando a performance e gravações.
No final da década de 60, o diretor musical Marco Antônio Guimarães viveu durante quatro anos em Salvador estudando nos Seminários Livres de Música da Bahia, na UFBA, local onde se desenvolvia um trabalho inédito no país, nas áreas de Criação e Educação Musical. Durante esses anos, pôde manter contatos importantes com os compositores Ernst Widmer e Walter Smetak, que marcaram sua trajetória futura como compositor e pesquisador musical. No ano de 1978, já em Belo Horizonte, Marco Antônio formou o grupo UAKTI juntamente com Artur Andrés, Paulo Santos e Décio Ramos.
Nestes 34 anos, o UAKTI tem percorrido uma trajetória de grande reconhecimento nacional e internacional, tanto no meio popular quanto erudito, especialmente devido à música gerada a partir dos seus novos instrumentos acústicos originais. Sua produção artística inclui onze CDs de música instrumental.
No início dos anos 90, o grupo assinou contrato com o selo Point Music, de Nova Iorque, dirigido pelo compositor norte-americano Philip Glass, onde lançou mundialmente vários discos. O UAKTI realizou inúmeras turnês de concertos tanto no Brasil como pelos EUA, Europa e Ásia, várias delas organizadas pela importante agência de concertos Columbia Artist Management, de Nova Iorque. O grupo participou também em discos de Milton Nascimento, Paul Simon e The Manhattan Transfer, Stewart Copeland, Philip Glass, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Lô Borges, Skank, Marlui Miranda, Robertinho Silva, Zélia Duncan dentre outros.
Quem faz o UAKTI
Ø Marco Antônio Guimarães – Criador dos instrumentos , compositor, arranjador e diretor musical
Ø Artur Andrés Ribeiro – flautista, compositor e professor
Ø Paulo Sérgio dos Santos – percussionista e compositor
Ø Décio de Souza Ramos Filho – percussionista e professor
Discografia
cd
Ø UAKTI- Oficina Instrumental – 1981
Ø UAKTI II – 1982
Ø Tudo e Todas as Coisas – 1984
Ø UAKTI – 1987
Ø Mapa -1992
Ø Ching -1994
Ø Trilobyte -1997
Ø Águas da Amazônia -1999
Ø “21” – 1997
Ø Clássicos – 2003
Ø “OIAPOK XUI” – 2005
dvd
Ø “UAKTI” – 2006
Gravações
Ø Trilha sonora composta por Marco Antonio Guimarães e gravada pelo UAKTI, para o filme Blindness do diretor Fernando Meirelles, sobre o livro homônimo, Ensaio Sobre a Cegueira, do escritor português José Saramago lançado em 2008.
Ø Trilha sonora composta por Marco Antonio Guimarães e gravada pelo UAKTI, para a série de TV A Pedra do Reino dirigido por Luiz Fernando Carvalho, em 2008.
Ø Trilha sonora composta por Marco Antônio Guimarães e gravada pelo UAKTI, para o filme Lavoura Arcaica, do diretor Luís Fernando Carvalho, sobre o livro homônimo, do escritor Raduan Nassar, lançado em 1999.
Ø Trilha sonora composta por Marco Antônio Guimarães e gravada pelo UAKTI, para o filme Outras Histórias, sobre o livro homônimo de Guimarães Rosa, dirigido pelo cineasta Pedro Bial, lançado no início de 1999.
Ø Trilha sonora composta por Marco Antônio Guimarães – UAKTI, para o filme Kenoma, dirigido pela cineasta Eliane Café, 1998.
Ø “Sete ou Oito Peças para um Balé”, trilha original encomendada pelo Grupo Corpo e estreada no ano de 1993. Inclui temas inéditos, compostos pelo compositor norte – americano Philip Glass, escrito especialmente para o grupo UAKTI. Arranjado por Marco Antônio Guimarães representa.
Prêmios & Concursos
UAKTI – Prêmios de melhor trilha sonora nos festivais de Havana e Cartagena filme
Lavoura arcaica (2001)
Ø UAKTI – Prêmio pela música do filme “Outras Histórias” festival de Petrópolis (2000)
Ø UAKTI – Medalha de Ouro – “Prêmio Santista”- pela Renovação na MPB (1997).
Ø UAKTI – “Prêmio Ministério da Cultura” – melhor grupo de Música do ano. (1996)
Ø UAKTI – Prêmio “Sucesso Mineiro”, outorgado pela Prefeitura de Belo Horizonte na comemoração dos seus 100 anos (1996).
Ø Medalha da Ordem do Mérito Legislativo Municipal – Câmara Municipal de Belo Horizonte (1994).
Ø Disco de Ouro”- USA – Participação no disco Rhytmns of the Saints do cantor e compositor americano Paul Simon (1991)
Ø Prêmio Sharp: UAKTI – “Melhor Grupo de Música Instrumental” (1989).
Assessoras de imprensa Mariele Salgado e Bruna Paulin
Mariele (51) 3028 3231 e 9189 8847 – assessoria@marielesalgado.com.br
Bruna (51) 8407 0657 – brunapaulin@gmail.com
Recital-tributo aos Beatles ocorre no dia 27 de novembro
No dia 27 de novembro, às 20h, a Eclética – Centro de Música abre as portas da sala Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana, para seu recital de final de ano. Com a proposta de um show de rock, a apresentação tem repertório composto por músicas da banda The Beatles. A escolha do tema tem a ver com os 50 anos de lançamento do primeiro single da banda, Love Me Do, e a chegada do baterista Ringo Starr, para substituir Pete Best.
Clássicos como Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, Lucy in the Sky with Diamonds, Come Together e I’m only sleeping marcam o repertório, que terá arranjos criados em conjunto pelos professores Lucas Volpatto, Gevago Prescendo, Vinícius Nogueira e Deisi Coccaro e os alunos. “Cada música está sendo pensada dentro do estilo de cada aluno e do que é possível de criar para os arranjos, como um tributo, mas evitando a execução como um cover”, afirma Lucas Volpatto, músico e diretor da escola. Em cena 40 pessoas no total, entre alunos, professores e músicos, realizam o espetáculo. “É uma oportunidade para o aluno apresentar o que foi trabalhado durante o ano, além de ter a experiência de subir ao palco, com tudo que tem direito: cenário, luz, banda de apoio, roadie”, explica.
Para a concepção do recital e seleção das músicas, o músico teve auxílio da jornalista e mestre em comunicação Bruna Paulin, que escreveu sua dissertação sobre a banda e ministra o curso “De Elvis a Justin Bieber – comunicação, cultura, consumo e juventude”. A identidade visual e projeto gráfico foram criados por Francesco Settineri.
Os ingressos antecipados estão à venda na Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165 – Bom Fim) e na sede da Escola (Rua Giordano Bruno, 360) a R$ 12,00. Na hora, será possível adquirir na bilheteria do teatro por R$ 15,00.
With a little help from our friends – um recital beatlemaníaco
Dia 27 de novembro, 20h
Sala Bruno Kiefer – Casa de Cultura Mario Quintana
Ingressos entre R$ 12,00 e R$ 15,00
Trecho da minha dissertação, adaptado para post no blog da Eclética:
Curiosidades e a influência na vida dos seus quatro rapazes mais ilustres
Quarta maior cidade do Reino Unido e segundo porto da Inglaterra, Liverpool nasceu às margens do estuário do rio Mersey, em um ponto abrigado entre florestas e pântanos, como uma pequena vila de pescadores, ao norte do território. Sua posição geográfica, na saída ocidental das planícies inglesas e dominando, do outro lado do mar, a entrada das planícies irlandesas, logo se evidenciou vantajosa. Assim que a colonização irlandesa pelos ingleses foi concluída, Liverpool tornou-se o centro das relações comerciais com esse país.
No início do século XVII, suas atividades foram ampliadas, passando à categoria de porto colonial, e no século XVIII, tornando-se centro de comércio de escravos africanos, superando em tamanho as docas do porto de Londres. Durante a década de 1840, sua população praticamente dobrou, e em torno de 400 irlandeses católicos emigraram, incluindo os ancestrais de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison. Foi a primeira cidade do país a ter umChinatown e tantos imigrantes escoceses, que no século XIX tornou-se a maiorcidade escocesa do mundo.
O desenvolvimento e riquezas eram tão grandes, que segundo Steven D. Stark em seu livro Meet the Beatles, foram encontradas anotações de pessoas ilustres como o escritor e jornalista inglês Daniel Defoe, elogiando Liverpool, como uma cidade de finesse e com construções tão belas quanto às da capital. Na primeira parte do século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, a cidade possuía mais de dez teatros e o repertório mais antigo do território inglês. De acordo com Stark, a urbe não parecia fazer parte da Inglaterra, já que norte e sul do país eram duas nações entre seres que “não possuíam envolvimento e simpatia; duas áreas que se ignoravam e desconheciam seus hábitos, pensamentos e sentimentos, como se habitassem países distintos.”
Porém, depois de três séculos de crescimento, após a segunda guerra mundial, a importância da indústria da cidade diminuiu, e seus contatos reduziram-se ao comércio com a África ocidental e os EUA – este último, de onde vinham novidades como discos de jazz, blues e rock’n’roll. Habitada por marinheiros, a cidade no pós-guerra possuía mais de um milhão de habitantes.
No início dos anos 1940, época de nascimento dos quatro Beatles, Liverpool passava por terrível declínio, além de ter sido devastada por bombardeios alemães. Segundo Stark, “em uma única semana de 1941, em torno de mil pessoas foram mortas; e no início de 1942 perto de 70% das casas da cidade foram atingidas.” Um terço do centro da cidade foi bombardeado, e dez anos depois, ainda era possível encontrar cacos de vidro dos prédios destruídos. Durante a infância dos fabfour, as ruínas espalhadas pela cidade transformaram-se em playgrounds para as crianças, que brincavam em hospitais, escolas e casas de vizinhos destruídas com a maior naturalidade, chamando-as, carinhosamente, de bombies.
A vida era tão regrada e a dieta da população tão pobre, que para conseguir uma garrafa de suco de laranja até 1954, era preciso uma receita médica. A pressão da guerra que se manteve após seu final, criou uma rotina durante os anos 1950 que contrastava com a riqueza na mesma época dos Estados Unidos. Segundo Stark, essa é uma razão por que a contracultura inglesa nunca desenvolveu críticas ao consumismo e riqueza como fizeram os primos americanos. Ovos eram alimentos inimagináveis no cardápio do inglês, e a carne só deixou de ser racionada em julho de 1954, quando multidões saíram às ruas para gritar e pedirthe roast beef of old England. Em 1956, menos de 10% da população tinha refrigerador em casa.
Há três fatores de grande influência no espírito do povo de Liverpool que advêm de seu caráter portuário: uma enorme quantidade de bares, logo ingleses e estrangeiros alcoolizados; o porto e muito marinheiros, e uma possível e surpreendente aceitação em relação a sexo casual, mães solteiras e homossexualidade; e finalmente, os diversos lares de matriarcas que, enquanto seus esposos navegavam, cuidavam da família. O primeiro item explica o porquê da quantidade de brigas espalhadas pela urbe, ou como declarou o baterista dos Beatles, Ringo Star, para Stark, “havia muita gente brava pela cidade”.
O segundo tópico nutriu uma subcultura gay, com o surgimento de bares especializados, e o mais marcante, tornando a vista das autoridades nebulosa diante casos de sodomia, já que a lei inglesa era extremamente rigorosa com este assunto. Mas seria um engano dizer que o preconceito houvera sido abolido, já que uma das poucas pessoas de que se tinha conhecimento sobre sua sexualidade fora Brian Epstein, futuro empresário do grupo. Não que o agente falasse abertamente sobre o caso, mas era sabido que Epstein fora pego pela polícia diversas vezes abordando rapazes em banheiros públicos. O terceiro fator determinou a criação de diversos jovens, influência trazida pelos ancestrais irlandeses, que possuíam uma tradição de matriarcado, diferenciando mais uma vez o município de Liverpool do resto da nação. Eram as mulheres que comandavam a vida das famílias, e segundo pesquisas de Stark, as senhoras de Liverpool se destacam mais que os homens em diversos aspectos.
A importância da cidade na produção dos Beatles é latente. Os integrantes da banda, todos naturais de Liverpool, imortalizaram em diversas canções, fragmentos autobiográficos vividos na cidade, como a rua chamada Penny Lane, de música com o mesmo nome, e o orfanato Strawberry Fields, título da composição de John Lennon, Strawberry Fields Forever. Suas atitudes e idéias são um grupo de fatores que formam sua maneira de compor, como uma forma de bolo, feita sob efeito de suas experiências ainda adolescentes em Liverpool.