Reencontros traz seis faixas que contam com produção de Erick Endres

O instrumentista, cantor e compositor Arthur Koucher lança nesta sexta-feira, 02 de abril, seu EP de estreia, Reencontros. O projeto já contou com o lançamento de dois singles no início de 2021, Armação e Marchinha de Outono, e conta com produção de Erick Endres. 

As faixas apresentam diversas memórias do autor transformadas em música falando sobre amizade, paixões, ciúmes e afeto. Iniciando por Dentro daquela Concha e Armação que trazem um frescor de verão, passando por Marchinha de Outono e a chegada de uma nova estação, até encontrar nas últimas faixas do EP, que revelam outras sensações e temperaturas, um clima invernal. “Tanto a cadência quanto a textura dos timbres em conjunto com a letra dão à canção (Entre Nós) uma cor mais azul, expressivamente mais fria que Armação e delicadamente mais fria que Marchinha de forma que há uma mudança progressiva nas cores e tonalidades das canções ao longo do EP”, conta.

O cantautor de 23 anos iniciou sua trajetória na música ainda criança, aos seis anos de idade, com estudos de violão. Rapidamente desenvolveu habilidades e aprofundou seu conhecimento no violão erudito e no canto, assim como encontrou na poesia uma paixão. Todas as canções foram totalmente compostas pelo artista que, após um período afastado da música, teve a ideia deste projeto ao reencontrar o músico, amigo de infância e produtor do EP, Erick Endres. “Nos reencontramos depois de alguns anos afastados e o entrosamento e conexão tocando juntos foram imediatos”, conta Arthur.

A dupla iniciou as gravações em agosto de 2019 no estúdio Armazém Sonoro, onde seguiram com sessões até dezembro de 2020. Acompanharam Arthur (voz, guitarra e piano) e Erick (guitarra) no EP os instrumentistas Rafael Müller (bateria), Miriã Farias (violino), Lourenço Marques (baixo) e Pedro Dom (Clarinete)

A capa de Reencontros, assim como dos singles anteriores, é uma obra do artista João Salazar, uma aquarela sobre papel que representa memórias da infância de Arthur através da imagem de duas crianças sentadas na escada que leva à porta da casa onde Arthur mora desde pequeno no bairro Cidade Baixa.

Em breve Arthur disponibilizará em seu canal no YouTube uma performance do EP, que será divulgada nos próximos meses. Para acompanhar as novidades e conferir um pouco do processo de produção do projeto, acesse: instagram.com/arthurckoucher

Lançamento EP Reencontros de Arthur Koucher

02 de abril  em todas as plataformas de streaming

Produção Musical: Erick Endres e Arthur Koucher

Produção Executiva: Bruno dos Anjos / OcorreLAB

Arte de Capa: João Salazar

Assessoria de Imprensa: Bruna Paulin – Assessoria de Flor em Flor

Gravado no estúdio Armazém Sonoro (set 2019 – dez 2020)

Mixagem: Erick Endres

Masterização: Erick Endres

1. Dentro daquela Concha (1:40) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: vozes

2. Armação (4:04) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: vozes, guitarra e piano

Erick Endres: guitarra

Lourenço Marques: baixo elétrico

Rafa Müller: bateria

3. Marchinha de Outono (3:59) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: vozes e guitarra

Miriã Moreira: violino

Lourenço Marques: baixo elétrico

Rafa Müller: bateria

4. Passagem (0:38) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: guitarra

5. Entre Nós (3:45) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: vozes e guitarra

Pedro Dom: clarinete

Erick Endres: baixo elétrico

Rafa Müller: bateria

6. Amanhecer (1:09) – Arthur Koucher

Arthur Koucher: vozes e guitarra

SOBRE AS CANÇÕES

  1. Dentro daquela Concha

O som do mar e o arranjo vocal introduzem a textura da primeira música do EP Armação. 

  1. Armação

Nosso pés nus a beira-mar

amassam a areia fria.

O som das ondas só me faz lembrar

dos momentos de alegria.

Nossos sorrisos juntos brilham mais,

Nossos suspiros são mais profundos,

A vida torna-se uma fantasia,

E tudo isso porque estamos juntos.

O tempo não quer passar.

Esse retrato só me faz lembrar

dos morros, do mar ao sul,

da grama verde e dos nossos mergulhos no azul.

Nunca se esqueçam das brincadeiras,

das piadas, das correrias,

da nossa falta de boas maneiras,

dos momentos de alegria.

Nossos sorrisos juntos brilham mais,

Nossos suspiros são mais profundo,

A vida torna-se uma fantasia,

Tudo isso porque estamos juntos.

O tempo não quer passar.

Esse retrato só me faz lembrar

dos morros, do mar ao sul,

da grama verde e dos nossos mergulhos no azul.

Armação é uma coleção de memórias de uma viagem que foi feita com dois amigos muito queridos até Florianópolis. São imagens de nós três próximos ao mar num momento da vida no qual me sentia vivendo plenamente o presente, sem muita preocupação com os capítulos que viriam.

A música começou a ser composta durante a viagem e por isso carrega a proximidade do mar. A forma como a harmonia é tocada no violão é a mesma desde o rascunho da canção, por mais que o arranjo tenha sido reestruturado anos depois com a adição das frases de piano. Mas, se por um lado a harmonia invoca a presença do mar, por outro, a letra suscita um tom de recordação, inclusive porque terminei de escrever a letra dias depois de ter voltado para Porto Alegre.

Logo, o resultado foi uma música não melancólica, mas esperançosa. Esperança de que, dentro de mim, sempre haverá um lugar onde estarão “as brincadeiras, as piadas e as correrias” como diz a canção. 

  1. Marchinha de Outono

O calor de março não quer

deixar ninguém dizer

que não aguenta mais tremer

de frio.

As flores não nascem mais

naquele canteiro ali.

Olha a roseira, os espinhos sem cor

sem flor.

O vento enrosca as folhas e os caules

momentos antes

do temporal.

E não existe lugar mais seguro

pra você e eu

que o meu quintal.

Brisa leve de outono

acaricia os meus pés e diz:

corre atrás dela e não te atrasa pra ser feliz.

Brisa leve de outono

acaricia o rosto dela e diz…

Marchinha é, inevitavelmente, uma música sobre a contemplação da estação do Outono.

Na época que a música foi composta, eu era extremamente apaixonado por uma menina que era minha colega no colégio e esse sentimento me movimentava – a paixão sempre me desloca. De certa forma, as cores do Outono me atingiam como as cores desse sentimento.

Assim como essa paixão, a Marchinha de Outono representa um movimento, e, mais especificamente, um movimento que precede o inverno, estação onde me resguardo. É uma corrida para alcançar a paixão e encontrar um lugar para se abrigar de nuvens chuvosas (o inverno porto alegrense é irreparavelmente chuvoso) e ventos frios dos quais “o calor de março não quer deixar ninguém dizer que não aguenta mais tremer…” como diz a canção.

Na música, a mudança de cadência com a entrada da bateria representa um dar-se conta da paixão e, portanto, uma saída do estado de repouso até um momento de êxtase quando os violinos desabam no último refrão.

  1. Passagem

Passagem é um interlúdio que conduz a atmosfera de movimento da marchinha a um patamar mais misterioso, introdutor de uma possível reflexão.

  1. Entre Nós

Salto alto

no tapete sala aberta.

Pulseiras recostadas

nas braceleiras do sofá.

Lábios negro

declamam palavras lerdas.

Cílios espetados,

no vai e vem do teu olhar.

Curtos pensamentos me distraem:

Eu e você

bicicletas

num fim de tarde.

Ela nos separa e não

tem vergonha

de aparecer aqui.

E eu não sei viver sem ela

mas só você

me faz sorrir.

Se Armação encontra-se num lugar de recordação e Marchinha num lugar de deslocamento, Entre Nós mistura os elementos das canções anteriores com estrofes que, num primeiro momento, constituem imagens de um encontro de amigos adolescentes e, num segundo momento, transfiguram-se em cenas de desejo de companhia e movimento.

Pela primeira – e acredito que única – vez no EP, aparece, no refrão, um tom realmente reflexivo sobre uma disputa na qual há duas personagens além do eu lírico. No refrão, então, fica claro que três pessoas estão enodadas e entre elas (daí o duplo sentido do nome da canção) coexistem ciúmes e afeto.

Tanto a cadência quanto a textura dos timbres em conjunto com a letra dão à canção uma cor mais azul, expressivamente mais fria que Armação e delicadamente mais fria que Marchinha de forma que há uma mudança progressiva nas cores e tonalidades das canções ao longo do EP.

  1. Amanhecer (Poslúdio)

Eu girando no meu quarto

até o dia raiar.

O teu sono é leve,

mas eu danço sem te acordar.

Amanhecer encerra o EP continuando a harmonia de Entre Nós em uma cena comemorativa da paixão, na qual o eu lírico dança enquanto sua companheira dorme momentos antes do nascer do sol.