Performance-transmídia, protagonizada pela atriz Bianca Joy Porte,  com direção e roteiro de Antonio Guedex,  

estreia em 29 de março pelo YouTube

O público poderá assistir no final do mês a performance-transmídia A Vida Viva, protagonizada pela atriz Bianca Joy Porte, com direção de Antonio Guedex. Ao longo de dois anos a dupla, inspirada em filmes e séries fantásticas, nos quadrinhos e em obras literárias, desenvolveu a concepção e o roteiro do projeto, onde Bianca contracena consigo mesma através de inserções de vídeos projetados. Originalmente concebida para ser encenada nos palcos, mas com a interrupção das atividades culturais decorrente da pandemia, a maneira encontrada para dar materialidade ao sonho foi adaptá-lo para o mundo digital. Assim sendo, os ensaios ocorreram em janeiro, as filmagens em fevereiro, na cidade do Rio de Janeiro, e o resultado desta imersão será disponibilizado a partir de 29 de março no Youtube.

A Vida Viva traz a saga de Eva, filha de um psiquiatra e cientista que tentou fazer a diferença, mas acabou sendo morto. Eva é levada para um campo de trabalho mas em seus sonhos recebe a visita de seu “self selvagem” que a lembra de seu dever: se libertar do sistema opressor e encontrar um lugar melhor, mais humano para todos. Eva precisa conduzir outros “presos” para onde está a Vida Viva.

O título é inspirado nas teorias do psiquiatra e cientista austríaco Wilhem Reich, que escreveu, entre diversos tópicos, sobre o enigma do aprisionamento humano por ele mesmo. De acordo com Reich, ao normalizarmos a violência e a censura nos tornamos os detentos e os guardas de nossa prisão social e intelectual. O motivo desse status quo, segundo ele, seria a Peste Emocional. De acordo com o cientista,  a Vida Viva é o oposto da Peste Emocional, é uma energia criativa, natural, pacífica, que nasce conosco, mas é esgotada e esquecida ao nos adaptarmos ao Mundo contemporâneo.

Wilhelm Reich nasceu em 1897, na Áustria. Ex-colaborador de Sigmund Freud, rompeu com este para dar prosseguimento à elaboração de suas próprias ideias no campo da psicanálise. Reich se interessou, estudou e elaborou teorias em muitos ramos da ciência, como psicologia, psicanálise, biologia, sociologia, educação, química, física, sexologia, filosofia e vários outros. Pesquisou desde o ser humano e as plantas até as galáxias e a atmosfera, colocando sua multiplicidade dentro de uma ciência que criou denominada Orgone.

Guedex descobriu a história de Reich através da máquina que fazia chover, uma invenção do cientista austríaco. A música Cloudbusting, de Kate Bush, levou o diretor e roteirista ao livro A Book of Dreams, do filho de Reich, Peter, que inspirou Kate a compor a canção e a dupla a construir este projeto. “Reich não é citado na obra, o projeto é uma história original que inspirou-se no cientista, sobre uma mulher que reencontra com sua essência e, indo contra as expectativas, decide viver”, conta o diretor e roteirista.

Por conta do desejo de trabalhar novamente com Bianca, – a dupla já havia se reunido em Tundra, de 2016, uma performance escrita e dirigida por Antonio, (apresentada no Tempo Festival), que contava com a atriz outros três atores no elenco e tratava sobre invisibilidade em termos de Redes Sociais – surgiu a ideia inicial de A Vida Viva.

Bianca também colaborou no roteiro, acrescentando ao conceito do projeto seu olhar como uma mulher feminista uma trajetória relacionada à de Reich de que o homem passa a vida como escravo, entrega o poder para o outro pelo viés da prisão do patriarcado. Somaram-se referências como Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, e um vasto material de estudo sobre patriarcalismo e civilização. “Bianca trouxe o ponto de vista da opressão da mulher, o controle dos corpos, a repressão do poder criativo e intuitivo da energia feminina, algo cujo domínio parece constar nas agendas das autoridades há séculos. São as potências humanas suprimidas, em nome do controle de massas”, revela.

“Eva é oprimida e não tem voz, passa a vida baixando a cabeça e sendo obediente, perfeita e vivendo os limites que lhe são impostos”, afirma Bianca. Para ela, é sobre uma mulher tentando se libertar desse sistema de dominação patriarcal.

Destaca-se na ficha técnica o cenário de Sandro Vieira, construído no Espaço Gamboa, onde a equipe passou uma semana gravando as cenas, que contam com fotografia, projeções, iluminação e pós-edição de Júlio Parente. A orientação de movimento de Raquel Karro, trilha sonora de Marcello H, arte gráfica de Edu Castelo, edição de Lucas Andrade e produção executiva da Quintal Produções.

A Vida Vida tem estreia na segunda, 29 de março, às 21h no canal do YouTube da Quintal Produções – https://www.youtube.com/channel/UCBAw6G4Cjxqq52A2BCHOZ3g. Para mais informações, acesse @_avidaviva_

A VIDA VIVA


Direção e roteiro: Antonio Guedex

Atuação e colaboração de roteiro: Bianca Joy Porte

Fotografia, projeções, iluminação e pós-edição: Júlio Parente

Cenografia e figurinos: Sandro Vieira

Orientação de movimento: Raquel Karro

Trilha Sonora: Marcello H

Arte Gráfica: Edu Castelo

Edição: Lucas Andrade

Assistente de direção 1: Adassa Martins 

Assistente de direção 2: Louise Clós

Assistente de movimento corporal: Monique Ottati

Assistente de cenografia: Luiza Pimentel

Captação e operação de som: Adriana Lima

Vozes “Eles”: Gustavo Carvalho

Platô: Alex Souza

Operação de ponto eletrônico: Leonardo Maia

Técnico Espaço Gamboa: Thiago Katona

Visagismo: Anderson Milfont

Máscaras: Rona Neves

Fotografia: Priscila Jammal

Catering: Wanessa Vianna

Agradecimentos: Fernando Libonati, Marcos Salgado e Pequena Central produções

Assessora de comunicação: Bruna Paulin (Assessoria de Flor em Flor)

Produção executiva: Quintal Produções