
Curta-metragem que faz parte do projeto O Fim do Fim de Romy Pocztaruk e Caio Amon já passou por sete seleções internacionais e estará disponível gratuitamente até 22 de novembro na programação do evento
Imaginar o futuro para refletir sobre o presente é o mote do projeto O Fim do Fim: Novos futuros, dos artistas Romy Pocztaruk e Caio Amon, que convidaram uma série de criadores para imaginar novas formas de futuro. O projeto é um laboratório de novas linguagens construídas através de narrativas híbridas, processos colaborativos e intensa intersecção entre música e imagem. Antes do Azul, um dos curtas-metragens que integram o projeto, selecionado no programa de curtas-metragens Corpos Cênicos do 28º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade, que ocorre de 11 a 22 de novembro, com programação gratuita online.
Depois de passar pelo OUTFEST Los Angeles, maior festival de cinema LGBTQ e cultura queer dos Estados Unidos, pelo FUSO FESTIVAL, principal festival aberto de videoarte de Lisboa, Portugal e pelos festivais Seattle Queer Film Festival, Los Angeles Brazilian Film Festival, Fringe Film Festival (Londres), Loop Barcelona 2020 e Indianapolis LGBT Film Festival, Antes do Azul teve exibições no MIRA, programa de videoarte com curadoria de Victor Gorgulho, da ArtRio2020.
O programa Corpos Cênicos apresenta “a potência do corpo queer, amplificada pela ousadia e pelo desejo de implodir uma sociedade encaretada”, trazendo sete curtas-metragens. A edição 2020 do Mix Brasil, evento referência política e cultural nacionalmente e internacionalmente de questões relacionadas à cultura LGBTQ+ e de minorias é o maior evento cultural dirigido ao público LGBTQ+ da América Latina, ficando entre um dos maiores do mundo no segmento. Dentro da programação do evento, 102 filmes de 24 países.
O filme estará disponível gratuitamente até 22 de novembro através do link https://bit.ly/antesdoazulmix
Antes do Azul conta com a performance da cantora Valéria, textos do escritor Daniel Galera e fotografia de Lívia Pasqual. “O clima distópico do curta, alcançado, em parte, por cenas como da atriz em movimento, vivenciando situações coletivas, e ela só, diante de lugares e objetos obsoletos, por vezes rastros de um futuro utópico não concretizado, parece informado pela urgência do nosso próprio tempo. É como se a personagem vivida por Valéria encarnasse o único ser da espécie humana que viu, vivenciou e, sobretudo, sobreviveu à própria humanidade e à cólera da sua extinção”, analisa a crítica de arte Gabriela Motta.
Para o projeto O Fim do Fim Romy Pocztaruk e Caio Amon criam universos visuais e sonoros onde artistas convidados possam habitar. A criação parte da imaginação de processos de “fim do mundo” associados a teorias queer e decoloniais, projetando futuros possíveis nos quais a arte é um dos rastros deixados pela humanidade. Com colaboração de textos de Daniel Galera, o projeto iniciou em 2018 com Safira (2018), estreou Antes do Azul em 2019, e prepara um novo filme.
O projeto é um laboratório de novas linguagens construídas através de narrativas híbridas, processos colaborativos e intensa intersecção entre música e imagem. O compositor e produtor musical Caio Amon assina a direção musical, que inclui canções de sua autoria em colaboração com Filipe Catto, Valéria, Romy Pocztaruk, Daniel Galera e o músico e produtor Marcelo Cabral. A proposta transmídia do projeto prevê, além de uma série de filmes, o lançamento de músicas e clipes nas redes de streaming.
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Antes do Azul (digital, 14 min, 2019), imagina trincheiras possíveis para sobreviver a um futuro distópico, em que o avanço tecnológico descontrolado acelera processos de destruição – objetiva e subjetiva – da humanidade. A protagonista do curta, uma mulher trans e negra interpretada pela cantora e atriz Valéria, é a última sobrevivente de um acidente nuclear, e sua voz canta por novo lugar antes invisível.
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