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Atividade conta com mais de 20 filmes do cinema experimental brasileiro e integra a programação especial 2019 com patrocínio master da Petrobras com produção cultural da Fundacine RS e Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Mostra homenageia o cineasta Neville D’Almeida que participará de sessões comentadas de três obras centrais de sua filmografia

 

De 29 de outubro a 10 de novembro a Cinemateca Capitólio Petrobras promove a mostra Cinema de Invenção, uma das 26 atividades do projeto Cinemateca Capitólio Petrobras Programação Especial 2019, aprovado na Lei de Incentivo à Cultura/Governo Federal, com produção cultural da Fundacine RS e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema e Audiovisual da Secretaria da Cultura. O projeto tem patrocínio master da Petrobras.

Cinema de Invenção apresenta mais de 20 produções – entre longas, médias e curtas – realizados pelos principais nomes do cinema experimental brasileiro. A inspiração da mostra vem do mítico livro Cinema de Invenção, escrito pelo crítico, escritor e cineasta Jairo Ferreira, que lança profundas reflexões sobre as filmografias de diversos cineastas experimentais, comumente agrupados dentro do chamado Cinema Marginal. A seleção apresenta obras de Júlio Bressane, Rogério Sganzerla, Helena Ignez, Luiz Rosemberg Filho, José Agrippino de Paula, Carlos Ebert, José Sette de Barros, Edgard Navarro, Sylvio Lanna, Neville D’Almeida, Julio Calasso, Omar de Barros Filho, Letícia Parente e Andrea Tonacci.

O grande homenageado da mostra é o cineasta Neville D’Almeida, que vem a Porto Alegre participar de sessões comentadas. O realizador mineiro apresenta três obras centrais de sua filmografia: Jardim de Guerra, seu longa de estreia; Mangue Bangue, filme experimental dado como perdido até meados dos anos 2000; e a sua versão de Matou a Família e Foi ao Cinema, obra de Júlio Bressane.

A sessão de abertura, na terça-feira, 29 de outubro, às 20h, apresenta Matou a Família e Foi ao Cinema, clássico de Bressane, protagonizado por Renata Sorrah e Márcia Rodrigues, que celebra 50 anos em 2019, em programa duplo com o curta-metragem Vicious, de Rogério Brasil Ferrari. Mais dois filmes do realizador compõem a mostra: o cinquentenário O Anjo Nasceu, e o raro O Monstro Caraíba, protagonizado por Carlos Imperial.

Omar de Barros Filho participa de debate na sexta-feira, 1º de novembro, às 20h, após a exibição do curta-metragem Viva a Morte e do média Adyos, General, duas obras essenciais do cinema de invenção realizado no Rio Grande do Sul.

Outro destaque é a sessão Letícia Parente: Regras para ser Livre, que reúne 11 obras da artista, uma das grandes pioneiras da videoarte no Brasil. A proposta do programa é a de pensar o lugar dos filmes de Parente dentro da produção cinematográfica experimental brasileira dos anos 1970 e 1980.

Os ingressos para as sessões custam R$ 10,00, com meia entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras com acompanhante, além de gratuidade para os funcionários da Petrobras. A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br | facebook.com/cinemateca.capitolio

 

FILMES

Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)

80 min, 1969, p&b, digital

Direção: Júlio Bressane

Rapaz de classe média mata seus pais a navalhadas e depois vai ao cinema ver Perdidos de Amor. Dentre outras “histórias” paralelas, duas amigas percebem que estão apaixonadas uma pela outra.

 

O Anjo Nasceu

65 min, 1969, p&b, digital

Direção: Júlio Bressane

Dois bandidos, Santamaria e Urtiga, saem pela cidade cometendo atos de violência. Santamaria, místico, acredita que assim está se aproximando de um anjo que lhe limpará a alma. Urtiga, um marginal ingênuo, segue os passos do amigo, acreditando também no anjo da salvação.

 

O Monstro Caraíba

70 min, 1975, cor, HD

Direção: Júlio Bressane

Brasil é um caça-signos que é morto depois de uma aventura mal sucedida na pista de um tesouro, na pista de signos em rotação.

 

Vicious

15 min, 1988, p&b, 35mm

Direção: Rogério Brasil Ferrari

Sid e Nancy: amor impossível entre seres inviáveis. A angústia explode em delírios de sangue. Estraçalhados pelas contradições, a busca desesperada é o único caminho.

 

Bandalheira Infernal

72 min, 1976, p&b, digital

Direção: José Sette de Barros

Os náufragos de Bandalheira Infernal naufragam no asfalto, nos apartamentos de classe média, no trânsito corrosivo das metrópoles, nos morros e florestas da paisagem mágica do Rio de Janeiro, e vivem sempre perseguindo as suas próprias sombras e por elas continuamente sendo perseguidos.

 

Hitler III Mundo

90 min, 1968, p&b, HD

Direção: José Agrippino de Paula

Paranoia, culpa, desejo frustrado, miséria e tecnologia no país subdesenvolvido. Narrativa fragmentária, enquadramentos distorcidos, gritos e ruídos. O nazismo toma conta da cidade de São Paulo: prisão e tortura de revolucionários, um samurai perdido no caos, amantes trancafiados, o ditador e sua corja de bárbaros conservadores.

 

SESSÃO SYLVIO LANNA (quatro curtas)

In Memoriam O Roteiro do Gravador

20 min, 2019, p&b, HD

Direção: Sylvio Lanna

Um filme sobre a morte e o renascimento do Cinema.

 

Malandro, Termo Civilizado (ou Malandrando)

24 min, 1987, cor, HD

Um filmepoesia, um documento ficcio-musical em direção aos recônditos da alma carioca e nacional. Protagonizado por Wilson Grey com o Ás de Copas, um malandro coringa-cupido de uma estória de amor infinito, o amor que gerou o samba.

 

Um Cinema Caligráfico

7 min, 2019, cor, HD

Direção: Sylvio Lanna

O filme é uma resenha do “fio da meada” do Cinema Caligráfico de Sylvio Lanna.

 

Travelling Adiante

11 min, 2019, HD

Direção: Lúcio Branco

Uma tentativa de breve mirada de longo alcance da trajetória audiovisual e humana de Sylvio Lanna, sem perder o foco sobre a coerência da figura do realizador de ontem e de hoje, na qualidade de expoente criativo do dito Cinema de Invenção.

 

Bang Bang

81 min, 1971, p&b, HD

Direção: Andrea Tonacci

Um homem, envolvido em várias situações que não consegue controlar, serve de fio condutor para ação que se desenrola em torno de uma quadrilha maluca, composta de um bandido cego, surdo e mudo, cuja pistola dispara a esmo, outro bandido narcisista e um terceiro, a mãe de todos, que come o tempo todo.

 

República da Traição

90 min, 1969, cor/p&b, HD

Direção: Carlos Ebert

Um casal chega à República de Maraguaya para montar um aparelho de guerrilha, com o intuito de desestabilizar o governo.

 

Sagrada Família

85 min, 1970, cor/p&b, HD

Direção: Sylvio Lanna

Uma família burguesa composta de quatro integrantes. Ao longo da viagem, vão se desfazendo de seus bens materiais e de sua história. Conduzidos pela mão de um guia, levam uma arma e uma caixa de balas de festim.

 

Longo Caminho da Morte

85 min, 1971, cor, HD

Direção: Júlio Calasso

A vida e a morte do Coronel Orestes, fazendeiro de café decadente, que perpassa três gerações entre o desespero, as alucinações e o socorro de três esposas distintas.

 

Viva a Morte

11 min, 1986, cor, digital

Direção: Omar de Barros Filho

A história de um crime ocorrido no “Hotel Recuerdos de España”. O proprietário é um velho militante franquista radicado no Brasil.

 

Adyos, General

56 min, 1986, cor, digital

Direção: Omar de Barros Filho

A saga do comandante paramilitar Medrano. Seus delírios psicóticos, sua fome de poder e ordem.

 

Jardim de Guerra

100 min, 1968, p&b, digital

Direção: Neville D’Almeida

Um jovem amargurado e sem perspectivas apaixona-se por uma cineasta e é injustamente acusado de terrorista por uma organização de direita que o prende, o interroga e o tortura.

 

Mangue Bangue

80 min, 1971, cor, digital

Direção: Neville D’Almeida

Filmado no Mangue, uma zona de prostituição no Rio de Janeiro, o filme acompanha a loucura de um homem em meio ao milagre econômico na década de 1970, na mesma época da liberdade sexual, uso excessivo de drogas e a censura.

 

Matou a Família e Foi ao Cinema

100 min, 1991, cor, 35mm

Direção: Neville D’Almeida

Jovem assassina pai e mãe e vai ao cinema, onde assiste a varias mortes anunciadas por manchetes de jornais sensacionalistas, entremeadas por cenas de um homem que rouba calcinhas de mulheres.

 

O Jardim das Espumas

108 min, 1970, p&b, HD

Direção: Luiz Rosemberg Filho

Um planeta extremamente pobre, dominado pela irracionalidade e opressão, recebe a visita de um emissário dos planetas ricos, interessado em acordos econômicos. Antes de se encontrar com o governante, ele é sequestrado pela facção contraditória do sistema, o oposto de tudo aquilo que é dito oficialmente.

 

LETÍCIA PARENTE: REGRAS PARA SER LIVRE

Sessão com vídeos realizados pela artista Letícia Parente entre 1975 e 1981 (46 minutos, HD).

Marca Registrada (1975, 10’34”)

Preparação I (1975. 3’29”)

In (1975, 1’18”)

Telefone Sem Fio (1976, 5’35”)

Preparação II (1976, 7’40”)

Onde (1978, de André e Letícia Parente, 2’25”)

Especular (1978, 1’44”)

O Homem do Braço e o Braço do Homem (1979, de André e Letícia Parente, 5’49”)

De Aflicti (1979, 3’55”)

Tarefa I (1982, 1’57”)

Nordeste (1981, 1’54”)

 

PROGRAMA EDGARD NAVARRO

Alice no País das Mil Novilhas

20 min, 1976, cor, HD

Alice entra no país das maravilhas ao ingerir cogumelo que floresce no estrume do gado. Leitura divertida e psicodélica do clássico de Lewis Carrol

 

O Rei do Cagaço

11 min, 1977, cor, HD

O ato de defecar introduz história paródica de um manifestante que descobre a força política das fezes.

 

Exposed

7 min, 1978, cor, HD

Através de uma abordagem onírica e sinuosa, o filme introduz o tema do poder – –econômico, bélico, político – –associando-o à potência sexual.

 

SuperOutro

46 min, 1989, cor, HD

Um homem tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade.

 

Sem Essa, Aranha

92 min, 1970, cor

Exibição em HD

Direção: Rogério Sganzerla

Banqueiro do jogo do bicho, Aranha (interpretado por Zé Bonitinho) mora com três mulheres. O magnata é uma caricatura da burguesia nacional, às voltas com os solavancos do país.

 

A Miss e o Dinossauro

17 min, 2006, p&b/cor

Exibição em HD

Direção: Helena Ignez

Filme raro e quase secreto da Belair, produtora que tinha como sócios Rogério Sganzerla, Julio Bressane e Helena Ignez.

 

 

GRADE DE HORÁRIOS

 

29 de outubro (terça)

20h – Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)

 

30 de outubro (quarta)

20h – República da Traição

 

31 de outubro (quinta)

18h – Longo Caminho da Morte

20h – O Jardim das Espumas

 

1º de novembro (sexta)

18h – Curtas de Edgard Navarro

20h – Viva a Morte + Adyos, General + debate com Matico

 

2 de novembro (sábado)

18h – Sessão Sylvio Lanna

19h – Sagrada Família

20h30 – Bang Bang

 

3 de novembro (domingo)

18h – Hitler III Mundo

20h – O Anjo Nasceu

 

5 de novembro (terça)

18h – Bandalheira Infernal

20h – Letícia Parente: Regras Para Ser Livre

 

6 de novembro (quarta)

18h – República da Traição

20h – Longo Caminho da Morte

 

7 de novembro (quinta)

18h – O Jardim das Espumas

20h – Bandalheira Infernal

 

8 de novembro (sexta)

18h – Hitler III Mundo

20h – Mangue Bangue (Projeto Raros Especial) + debate com Neville D’Almeida

 

9 de novembro (sábado)

16h – Matou a Família e Foi ao Cinema (1991)

18h – Jardim de Guerra + debate com Neville D’Almeida

 

10 de novembro (domingo)

16h – Curtas de Edgard Navarro

18h – O Monstro Caraíba

20h – A Miss e o Dinossauro + Sem Essa, Aranha