Trecho da minha dissertação, adaptado para post no blog da Eclética:
Curiosidades e a influência na vida dos seus quatro rapazes mais ilustres
Quarta maior cidade do Reino Unido e segundo porto da Inglaterra, Liverpool nasceu às margens do estuário do rio Mersey, em um ponto abrigado entre florestas e pântanos, como uma pequena vila de pescadores, ao norte do território. Sua posição geográfica, na saída ocidental das planícies inglesas e dominando, do outro lado do mar, a entrada das planícies irlandesas, logo se evidenciou vantajosa. Assim que a colonização irlandesa pelos ingleses foi concluída, Liverpool tornou-se o centro das relações comerciais com esse país.
No início do século XVII, suas atividades foram ampliadas, passando à categoria de porto colonial, e no século XVIII, tornando-se centro de comércio de escravos africanos, superando em tamanho as docas do porto de Londres. Durante a década de 1840, sua população praticamente dobrou, e em torno de 400 irlandeses católicos emigraram, incluindo os ancestrais de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison. Foi a primeira cidade do país a ter umChinatown e tantos imigrantes escoceses, que no século XIX tornou-se a maiorcidade escocesa do mundo.
O desenvolvimento e riquezas eram tão grandes, que segundo Steven D. Stark em seu livro Meet the Beatles, foram encontradas anotações de pessoas ilustres como o escritor e jornalista inglês Daniel Defoe, elogiando Liverpool, como uma cidade de finesse e com construções tão belas quanto às da capital. Na primeira parte do século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, a cidade possuía mais de dez teatros e o repertório mais antigo do território inglês. De acordo com Stark, a urbe não parecia fazer parte da Inglaterra, já que norte e sul do país eram duas nações entre seres que “não possuíam envolvimento e simpatia; duas áreas que se ignoravam e desconheciam seus hábitos, pensamentos e sentimentos, como se habitassem países distintos.”
Porém, depois de três séculos de crescimento, após a segunda guerra mundial, a importância da indústria da cidade diminuiu, e seus contatos reduziram-se ao comércio com a África ocidental e os EUA – este último, de onde vinham novidades como discos de jazz, blues e rock’n’roll. Habitada por marinheiros, a cidade no pós-guerra possuía mais de um milhão de habitantes.
No início dos anos 1940, época de nascimento dos quatro Beatles, Liverpool passava por terrível declínio, além de ter sido devastada por bombardeios alemães. Segundo Stark, “em uma única semana de 1941, em torno de mil pessoas foram mortas; e no início de 1942 perto de 70% das casas da cidade foram atingidas.” Um terço do centro da cidade foi bombardeado, e dez anos depois, ainda era possível encontrar cacos de vidro dos prédios destruídos. Durante a infância dos fabfour, as ruínas espalhadas pela cidade transformaram-se em playgrounds para as crianças, que brincavam em hospitais, escolas e casas de vizinhos destruídas com a maior naturalidade, chamando-as, carinhosamente, de bombies.
A vida era tão regrada e a dieta da população tão pobre, que para conseguir uma garrafa de suco de laranja até 1954, era preciso uma receita médica. A pressão da guerra que se manteve após seu final, criou uma rotina durante os anos 1950 que contrastava com a riqueza na mesma época dos Estados Unidos. Segundo Stark, essa é uma razão por que a contracultura inglesa nunca desenvolveu críticas ao consumismo e riqueza como fizeram os primos americanos. Ovos eram alimentos inimagináveis no cardápio do inglês, e a carne só deixou de ser racionada em julho de 1954, quando multidões saíram às ruas para gritar e pedirthe roast beef of old England. Em 1956, menos de 10% da população tinha refrigerador em casa.
Há três fatores de grande influência no espírito do povo de Liverpool que advêm de seu caráter portuário: uma enorme quantidade de bares, logo ingleses e estrangeiros alcoolizados; o porto e muito marinheiros, e uma possível e surpreendente aceitação em relação a sexo casual, mães solteiras e homossexualidade; e finalmente, os diversos lares de matriarcas que, enquanto seus esposos navegavam, cuidavam da família. O primeiro item explica o porquê da quantidade de brigas espalhadas pela urbe, ou como declarou o baterista dos Beatles, Ringo Star, para Stark, “havia muita gente brava pela cidade”.
O segundo tópico nutriu uma subcultura gay, com o surgimento de bares especializados, e o mais marcante, tornando a vista das autoridades nebulosa diante casos de sodomia, já que a lei inglesa era extremamente rigorosa com este assunto. Mas seria um engano dizer que o preconceito houvera sido abolido, já que uma das poucas pessoas de que se tinha conhecimento sobre sua sexualidade fora Brian Epstein, futuro empresário do grupo. Não que o agente falasse abertamente sobre o caso, mas era sabido que Epstein fora pego pela polícia diversas vezes abordando rapazes em banheiros públicos. O terceiro fator determinou a criação de diversos jovens, influência trazida pelos ancestrais irlandeses, que possuíam uma tradição de matriarcado, diferenciando mais uma vez o município de Liverpool do resto da nação. Eram as mulheres que comandavam a vida das famílias, e segundo pesquisas de Stark, as senhoras de Liverpool se destacam mais que os homens em diversos aspectos.
A importância da cidade na produção dos Beatles é latente. Os integrantes da banda, todos naturais de Liverpool, imortalizaram em diversas canções, fragmentos autobiográficos vividos na cidade, como a rua chamada Penny Lane, de música com o mesmo nome, e o orfanato Strawberry Fields, título da composição de John Lennon, Strawberry Fields Forever. Suas atitudes e idéias são um grupo de fatores que formam sua maneira de compor, como uma forma de bolo, feita sob efeito de suas experiências ainda adolescentes em Liverpool.
A Associação dos Profissionais em Design do Rio Grande do Sul – apDesign, recebe propostas para o maior prêmio de Design do Estado até 22 de outubro pelo endereço www.apdesign.com.br/premiobornancini.
Prazo para entrega do detalhamento dos projetos foi prorrogada para 26/10 e cerimônia de premiação acontece em 7 de novembro.
Porto Alegre, 19 de outubro de 2012 – Até dia 26 de outubro, a apDesign recebe o material expositivo dos projetos inscritos na 4ª edição do Prêmio Bornancini. Realizado a cada dois anos desde 2006, a iniciativa destaca o melhor da produção do design gaúcho nas categorias como Design de Produto, Design Gráfico Visual, Design de Superfície, Design Digital, Design de Interfaces, Design de Embalagem, Design de Ambientação, Design de Moda e Acessórios e Design de Ponto de Venda.
Em 2012, a novidade é a inclusão de quatro novas categorias: Case de Design Estratégico, para os melhores cases de uso do design como estratégia para diferenciação e inovação; Case de Design Eco-orientado, destacando projetos que utilizem o design em processos ligados à sustentabilidade; Case de Design Universal, revelando projetos de design inclusivo e o categoria Projeto-Conceito, para criações conceituais ainda não implementadas. Também será entregue nesta edição o Prêmio Braskem de Design em Plástico e Borracha, para os melhores projetos que utilizem o plástico como matéria-prima.
Segundo Mário Verdi, presidente da apDesign, a Associação acredita no papel decisivo do design nos processos voltados à inovação. “O design tem destacada importância na busca pela renovação da matriz econômica de nosso estado, saindo de uma cultura baseada nas commodities, para uma indústria de ponta com base na geração de propriedade intelectual e diferencial competitivo para o Rio Grande do Sul”, afirma.
O Prêmio Bornancini, cujo nome homenageia o maior expoente do design industrial gaúcho, José Carlos Bornancini, busca destacar o melhor da produção do design em nosso estado. Nos anos 1960, Bornancini, juntamente com Nelson Petzold, foram chamados a definir o futuro da antiga fábrica Todeschini de Acordeões. Após uma análise da linha de produção e da vocação do negócio, sugeriram duas propostas para o presidente da empresa, que acabaram optando pela fabricação de móveis modulares. Hoje, a Todeschini S.A. é a maior fabricante de móveis modulares da América Latina. Já foram premiados no Bornancini projetos para grandes marcas como Siemens, Massey Ferguson, Coza, SESC, Tramontina, Olympikus, Solarium, Goldsztein, assim como para clientes de fora do estado, como a cidade de Foz do Iguaçu.
A cerimônia de entrega dos troféus acontece no dia 07 de novembro, às 20h, aberta ao público, no Salão de Festas da UFRGS (2º andar do prédio da Reitoria – Av. Paulo Gama, 110), com autoridades do Governo Estadual e Municipal, representantes de todas as universidades que oferecem cursos de Design no estado, jurados e profissionais da área.
Este ano, o Prêmio Bornancini foi aprovado pelo Ministério da Cultura e é incentivado pela Lei Rouanet, com apoio do Governo do Estado, por meio da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento – AGDI. O patrocínio é da Braskem, UFRGS, ESPM, Todeschini, Jackwal e Taurus.
Relevância política e Social
Recentemente a apDesign tem recebido grande atenção por parte da imprensa e diante dos órgãos públicos em decorrência do movimento Quero Ver Porto Alegre, que busca a qualificação da paisagem urbana da cidade e o combate à poluição visual. A apDesign busca, com isto, demonstrar a grande importância do design nas questões ligadas à melhoria da qualidade de vida em nossa sociedade. Profissionais da área integram equipes de mobilidade urbana, educação, segurança pública e saúde, trazendo uma nova abordagem para analisar e propor soluções inovadoras para estes problemas. “Os problemas complexos de nossa sociedade não serão resolvidos através da mesma lógica que os gerou. É preciso um novo modelo mental”, afirma Verdi.
Curiosidades
A economia criativa movimenta design, gastronomia, moda, tecnologia, publicidade, diferentes setores da cultura e, com isso, atrai turismo de qualidade e gera pólos de inovação. Para além dos produtos e serviços, a criatividade também abre caminhos para novos modelos de gestão de negócios e aumenta a renda per capita, valorizando o espírito colaborativo e o capital do conhecimento.
A terceira maior indústria do mundo, atrás de petróleo e de armamentos, tem como principal insumo a criatividade. Da moda ao design, passando por cinema e literatura e incluindo a produção de software, a chamada indústria criativa movimenta mais de R$ 400 bilhões no Brasil, segundo estimativa da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
José Carlos Bornancini, falecido em 2008, é a maior referência do design no RS e um dos mais expressivos designers do país. Seus trabalhos foram reconhecidos internacionalmente em diversas oportunidades, incluindo a seleção do “Talher Camping”, para integrar a seleção do “bom design” da loja do MoMA em NY.
Assessoria de imprensa em parceria com Mariele Salgado