Espetáculo com Beth Goulart tem apresentações nos dias 03, 04 e 05 de agosto, no Theatro São Pedro

Chega a Porto Alegre nos dias 03, 04 e 05 de agosto o espetáculo Simplesmente eu, Clarice Lispector, com direção, adaptação do texto e interpretação de Beth Goulart. O espetáculo estreou em 2009 e já rendeu à atriz quatro prêmios: Shell 2009, APTR, Revista Contigo e Qualidade Brasil. A montagem já foi assistida por mais de 230 mil pessoas em 46 cidades, tem ficha técnica luxuosa: supervisão de direção de Amir Haddad, trilha de Alfredo Sertã e iluminação de Maneco Quinderé.

A peça mostra a trajetória desta mulher em direção ao entendimento do amor, de seu universo, suas dúvidas e contradições. Uma autora e seus personagens dialogando sobre a vida e morte, criação, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, entrega, inspiração, aceitação e entendimento. O texto é extraído de depoimentos, entrevistas, correspondências de Clarice e trechos das obras: “Perto do Coração Selvagem”, “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” e os contos “Amor” e “Perdoando Deus”.

Joana, uma mulher inquieta e criativa foi a primeira personagem de Clarice Lispector que Beth Goulart conheceu. No auge da adolescência, ao ler “Perto do Coração Selvagem”, romance de estreia da autora, sua identificação foi inevitável. “Eu achava que não era compreendida. O que fazer com isso tudo dentro de mim, com esse processo criativo? Só Clarice me entendia.”, confessa Beth. Depois de Joana, que representa o impulso criativo selvagem, vieram outras mulheres na escrita de Clarice. Entre elas, está Ana, do conto “Amor”, que leva uma vida simples, dedicada ao marido e aos filhos e tem a rotina quebrada ao se impressionar com a magia do Jardim Botânico. Ela representa a fase em que Clarice se dedicou totalmente ao marido e aos filhos.

Lóri, da obra “Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres” é uma professora primária que mora sozinha e se prepara para descobrir o amor. Toda a obra de Clarice é uma ode ao amor. Há ainda outra mulher sem nome, que, no conto “Perdoando Deus”, se deixa mergulhar na liberdade enquanto passeia por Copacabana, representando a ironia, a inteligência e o humor na obra de Clarice. Essas quatro mulheres, que, para Beth, “representam algumas facetas da própria Clarice”, foram escolhidas para apresentar ao público a obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira. Em “Simplesmente eu, Clarice Lispector”, a atriz interpreta, além da escritora e suas personagens, fragmentos que reconhece em si mesma: “Usando as palavras dela, eu também estou falando de mim, eu me revelo através de minhas escolhas”. Na peça, Beth faz reflexões sobre temas como criação, vida e morte, Deus, cotidiano, solidão, arte, loucura, aceitação e entendimento e trabalha pontos característicos da obra de Lispector, como o vazio, o silêncio e o instante-já, “aquele momento único, que é como um flash, um insight”, explica a atriz.

Para o monólogo, que ela também dirige, passou dois anos mergulhada em longa pesquisa. A narrativa se constrói a partir de trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências. Segundo Beth, toda essa ligação se dá por uma única linha: o amor. “Ela falava sobre o amor maternal, o do relacionamento, o amor a Deus, à natureza, ao próximo. Escolhi esse viés para apresentá-la ao público.” Para a atriz, representar Clarice Lispector é realizar um antigo desejo. “Eu sempre acalentei essa vontade de um dia poder dar meu corpo, minha voz, minhas emoções para colocá-la viva em cena.”

A caracterização foi feita de forma cuidadosa. Detalhes como a maquiagem ganharam tratamento especial de Beth Goulart, que optou por um caminho neutro para passear livremente pela pele das personagens e da autora. “O espetáculo todo é como se fosse uma grande folha em branco a ser escrita por esses personagens, pelos movimentos, pelas ações, pelos sentimentos, pela luz.”

Os ingressos já estão à venda na bilheteria do Theatro São Pedro e custam entre R$ 70,00 e R$ 30,00.

 

Ficha técnica

Texto: Clarice Lispector

Adaptação, Interpretação e Direção: Beth Goulart.

Supervisão: Amir Haddad

Gênero: Espetáculo Poema

Direção de Produção: Pierina Morais

Trilha Sonora: Alfredo Sertã

Iluminação: Maneco Quinderé

Direção de Movimento: Márcia Rubin

Preparação Vocal: Rose Gonçalves

Cenário Ronald Teixeira e Leobruno Gama

Figurino: Beth Filipecki

 

Simplesmente eu, Clarice Lispector

Dias 03, 04 e 05 de agosto

Theatro São Pedro | Praça Marechal Deodoro, s/n

Sexta e sábado, 21h | Domingo 18h

Classificação: 12 anos | Duração: 60 minutos

Ingressos: Plateia R$ 70,00 | Cadeira Extra R$ 60,00 | Camarote Central: R$ 50,00 | Camarote Lateral R$ 40,00 | Galeria Central: R$ 30,00 | Galeria Lateral R$ 30,00